Na primeira sessão de Câmara em ano eleitoral, nossos vereadores dão-nos provas de total desconhecimento de suas funções e obrigações, mas profundo conhecimento do “enrolation” (segundo o dicionário informal de português, fazer qualquer coisa de improviso ou na enrolação).
Aprovaram um requerimento de explicações sobre o roubo, digo, custo, absurdo do Terminal de Ônibus do Itatinga; até o filho do prefeito apoiou o requerimento. Tomando como base outras explicações do executivo, tal resposta demandará meses e não esclarecerá nada. Vamos ajudar os vereadores e o executivo.
O Ernaninho defende o pai sobre o desvio de dinheiro informando que a obra não se limita apenas a construção da estação de ônibus, mas a também em melhorias do entorno, e que o aumento no orçamento foi em razão de acréscimos no “empreendimento”. Revelou ainda: “Irá revitalizar também a praça lateral”. Alguém precisa informar ao magnânimo edil que a obra já foi concluída, paga, refeita e continua com os mesmos problemas sem qualquer solução. Para resolver o problema só desapropriando as casas na frente desta obra porca.
O motivo é simples. A incompetência nos projetos irregulares produzidos na Secretaria de Planejamento é notória; próprios municipais com três, quatro andares, caixas d´água em recuos disformes da lei e planilhas infladas e superfaturadas (em preço ou quantidades). Falo disso há mais de três anos. Desenhos bonitos, mas com qualidade técnica duvidosa e falta de detalhes obrigatórios em projeto são rotineiros. As empresas fazem o que querem e mandam a conta para o município. O povo perde enquanto do outro lado muitos ganham.
A obra não teve acréscimos; era aquela porcaria mesmo que a licitação “ganha” pela empresa CAMAPUÃ previa. Porque tão cara? Para inflar os custos e dificultar sua verificação, os artistas responsáveis pela planilha orçamentária, projetaram estaqueamento do terreno para que os ônibus pudessem transitar sobre o terreno. Antes do início dos serviços os mesmos ônibus, que hoje ali trafegam, já faziam suas manobras sem qualquer problema ou afundamento. Bastaria colocar um pavimento como o intertravado e pronto. Mas como muitos mamam, o valor precisa ser condizente.
A obra é simples. Trata-se de pavimentação intertravada (330,00m²), grama (283,00m²), construção metálica (90,00m²), guarita com banheiro (6,00)m² e piso em cerâmica e concreto liso (1090,00m²). Como noutras obras, é assalto à mão armada. Se o vereador PH conseguir a planilha e custos pagos, é só enviar para o blog que será demonstrado sem qualquer dificuldade onde e quanto foi “surrupiado” nessa obra.
O Legislativo tem a obrigação da fiscalização do executivo. É preciso que essa fiscalização não fique apenas nos requerimentos e quando não atendidos simplesmente aceito. Existem meios legais e nossos vereadores precisam urgentemente zelar pelo cumprimento das leis e principalmente tampar o ralo da corrupção, mas não esquecendo jamais, que o exemplo começa em casa.