As denúncias são antigas. Medidas para impedir o erro não foram tomadas ou sequer tentadas. A licitação foi julgada irregular, o contrato e os serviços não satisfizeram o município. O DADE, real financiador da obra, pediu o dinheiro de volta visto as irregularidades construtivas e o “elefante cinza” – Centro de Convenções da Praia Grande não para de virar notícia.
O cidadão Ernane não tomou partido ou
abriu a boca; como homem público e chefe do executivo não teve a dignidade de
tomar qualquer ação. Tinha e tem obrigação de zelar pelo erário e patrimônio
público. Nada fez. Informado e com documentos na mão negou-se a cobrar o
dinheiro indevido recebido pela Construtora LATINA na primeira fase da
construção e da TETO Construtora na segunda. Elevador, aparelhos de ar
condicionado, cabos, fios, luminárias abandonados ao tempo sem a menor consideração
pelo dinheiro gasto. Hoje viraram sucata. Poderiam servir para obras em
andamento e/ou existentes, mas o pouco caso com o dinheiro público não incitou
nosso prefeito a tomar qualquer medida. Processar e tentar reaver o dinheiro
desviado para o pagamento destas empreiteiras nem pensar; viraram suas
parceiras. O pessoal da LATINA com novas empresas deitaram e rolaram no
município. A empresa JR Terraplanagem que efetivamente construiu o Centro de
Convenções, primeira fase da obra, e portanto responsável legal pela obra
sequer é lembrada ou cobrada. A TETO nem pensar. Esta omissão e conluio precisa
ser melhor observado pelas autoridades competentes.
A demolição, imposição legal visto a irregularidade
construtiva e defendida por mim, desde sempre, jamais esteve nos planos deste
governo; preferiu amoitar-se, deixar o dinheiro público esvair-se pelo ralo e
em época oportuna transvestir-se de ético. Invoca a probidade administrativa
para mais uma vez enganar a população. Em período eleitoral diz que o Centro de
Convenções foi mal construído e pode desabar. Santa ignorância. Se com risco de
queda (segundo o Ernane) por que não foi tomada qualquer medida antes? Esperou
o início da campanha para “informar” a população e pior com mentiras. O prédio
não cairá, mas tem várias irregularidades construtivas, que poderiam muito bem ter
sido cobradas a quem de direito. Porque não o fez? Porque não se importa
minimamente com o dinheiro público.
Recentemente foi firmado um TAC - TERMO DE AJUSTAMENTO E COMPROMISSO sob os
auspícios da Prefeitura/ Ministério Público/Código do Processo Civil para demolição desta obra que obrigatoriamente
deveria ter sido embargada lá atrás e não hoje ser demolida. É o dinheiro público sendo desperdiçado sob vista
grossa dos poderes fiscalizadores.
Este TAC, em seus CONSIDERANDOS, inicia-se desta forma:
“Considerando que a Prefeitura Municipal tem o dever de fiscalizar e cumprir as
Leis e posturas do Município em relação às limitações ao direito de construir
estabelecidas pela Lei Municipal 561/87 de São Sebastião, não somente evitando
que particulares desobedeçam a lei, mas também ela própria atendendo ao comando legal” terminando com o
compromisso de “proceder à em demolição do Centro de Convenções, apresentando
ao Ministério Público o cronograma e a planilha de custos e a responsabilização
e persecução dos responsáveis pela construção irregular, promovendo as
reparações e indenizações devidas ao Erário Público”.
Ponto para o Ministério Público, mas se havia ilegalidades
desde o projeto construtivo culminando com a sua execução então porque não
foram tomadas as medidas necessárias antes do “término” da obra? O desperdício
do dinheiro público seria poupado.
Mas se a Prefeitura Municipal tem o dever de cumprir as Leis
e posturas municipais, como se explica a construção do hospital de Boiçucanga,
obra emblemática desta administração descompromissada com as posturas
municipais e leis existentes, com quatro pavimentos? O projeto foi denunciado
no Ministério Público em novembro/11 e instaurado Inquérito Civil. Nele o
candidato à reeleição diz em sua defesa que o interesse público situa-se em
patamar superior a possíveis danos urbanísticos e ambientais e diferentemente
do acordado no TAC para demolição do Centro de Convenções diz que a Lei 561/87 visa
as edificações residenciais e silencia no que se refere a construção a projetos
“especiais”. Muito conveniente? Muito probo. Muito ético.
Muito em breve, teremos outro TAC assinado entre o MP e a Prefeitura
Municipal para demolição do terceiro e
quarto andar do Hospital de Boiçucanga, mas então porque continuar o irregular
e permitir o desperdício do dinheiro público. Por vaidade? Arrogância? Prepotência?
Incapacidade administrativa?
E por qual motivo as construções de três e quatro
pavimentos de alguns felizes proprietários são invisíveis para os olho$ do Prefeito/Secretário
de Obras/Diretor de Obras Particulares/Diretor de Fiscalização? Serão também e$peciai$ segundo nossos
irresponsáveis governantes?
É salutar e necessário o cumprimento das leis. São Sebastião
precisa encontrar seu norte, seu rumo ético. Fundamentalmente reaprender a
distinguir o certo e o errado, o bom e o ruim, o real e o eleitoreiro.
Manuel J
Fonseca Corte
Engenheiro
CivilCREA 60100/D
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PS: Esta postagem exprime a minha opinião sobre o fato
relatado embasada em leis vigentes; sobre ela (opinião) não cabe o direito de maus
cidadãos adentrarem em minha propriedade e “plantarem“ objetos sejam de que natureza
for, mas principalmente do tipo "fuzil", "explosivos" e "coletes a prova bala".
Muito bom, texto esclarecedor.
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